Segundo a OMS, a depressão é um transtorno mental que atinge mais de 320 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, a doença afeta 5,8% da população, fazendo com que o país seja 5º lugar no ranking mundial.
O aumento nos casos de depressão a cada ano está relacionado a um estilo de vida agitado, com muitas cobranças e pouco tempo de descanso, presente na vida de muitas pessoas.
A depressão causa profundas mudanças na qualidade de vida do indivíduo, interferindo no cotidiano familiar e profissional. A falta de motivação e perspectiva de futuro, decorrente desse transtorno, é uma das principais razões do abandono do trabalho e estudos e do isolamento social.
Essa doença é tratada, geralmente, com a união de psicoterapia e medicamentos. Contudo, atualmente, outras atividades complementares também têm sido recomendadas por especialistas. Em especial, a meditação vem sendo considerada, ao longo dos anos, bastante eficaz no combate à depressão, quando aliada aos tratamentos convencionais.
São muitos os estudos que buscam entender como a meditação de atenção plena (mindfulness) age para prevenir e tratar transtornos físicos e mentais, incluindo depressão. Em 2014, pesquisadores da Johns Hopkins University, nos Estados Unidos, analisaram 47 ensaios clínicos de mais de 3.500 pacientes depressivos. Na pesquisa, havia os indivíduos que meditavam e os que praticavam outras atividades, como exercício físico ou mantras. O efeito da meditação de atenção plena foi equiparado ao da medicação antidepressiva, sendo ambos considerados moderados quando utilizados individualmente.
Esses resultados encontram consonância em um estudo publicado na revista médica inglesa The Lancet, em 2015. 424 pacientes, com histórico de três ou quatro episódios sérios de depressão, foram aleatoriamente divididos em dois grupos: tratamento medicamentoso e meditação. Os dois métodos obtiveram resultados semelhantes na prevenção de novas crises depressivas.
A importância do mindfulness no tratamento combinado com psicoterapia e, se necessário, medicação, também é reforçada em pesquisa de 2018, publicada no Medscape. Novamente, o resultado encontrado mostra que essas atividades são importantes para o controle de crises depressivas.
Ainda, há estudos que comprovam a eficácia da união entre meditação e exercícios físicos. Em 2016, a revista Translational Psychiatry verificou que, após 30 minutos de mindfulness e 30 minutos de atividade física, praticados regularmente, os pacientes analisados apresentavam crescimento de novas células neurais no hipocampo. Essas células são importantes no desenvolvimento da memória, aprendizado e humor de um indivíduo e sofrem alterações severas na depressão.
Importância da meditação
Pensamentos depressivos são focados no passado, em erros e arrependimentos do indivíduo. A meditação ajuda a mudar essa mentalidade, fazendo com que a pessoa se concentre no momento que está vivendo.
O tempo de meditar é um tempo de reflexão, de enxergar a si mesmo. Pessoas que sofrem de depressão possuem uma visão distorcida e negativa de suas próprias características e habilidades. Concentrando-se no autoconhecimento, a meditação mindfulness ajuda a mudar essa característica, permitindo que o indivíduo enxergue seus problemas de modo mais claro, facilitando a resolução destes no futuro.
Incluindo a meditação na sua rotina
A meditação é uma prática que pode ser adotada por qualquer pessoa, inclusive por quem tem uma rotina agitada. Você só precisa encontrar um local tranquilo e sossegado, que permita sua concentração por, pelo menos, alguns minutos. Sente-se confortavelmente, relaxe seu corpo e respire profundamente.
Inclua a meditação na sua rotina aos poucos e não desista se você esquecer de meditar algum dia. Com o passar do tempo, essa prática pode virar um hábito do seu cotidiano que ajuda a melhorar a sua qualidade de vida.